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quarta-feira, 28 de julho de 2010

A escola que queremos

A ESCOLA QUE QUEREMOS

Passamos por mudanças em todos os setores da sociedade, sociais, políticos, econômicos e tecnológicos. Mudanças que interferem na esfera educacional que exige dentre outras coisas, novas formas de lidar com o conhecimento, com o aprender e o ensinar refletindo na função da escola e no papel do professor. A escola que queremos deve ter uma nova visão educacional, e a educação deve ser concebida como o modo pelo qual o ser humano é despertado para a descoberta de suas aptidões, para desenvolvê-las e transformá-las em habilidades específicas. Queremos uma escola em que a criança seja sujeito no processo de ensino e aprendizagem, vendo o educador como aquele que media, auxilia, orienta e incentiva a criança no processo de construção do conhecimento e inserção no contexto sócio-cultural em que vivemos.
A educação escolar mudou completamente, devido ao comportamento que a sociedade adquiriu nos últimos anos. Mudanças radicais nas estruturas de boa parte das famílias com filhos que não são educados totalmente pelos pais, que são obrigados a deixar a cargo de outras pessoas grande parte dessa responsabilidade.
Desse modo, muitas crianças acabam dependendo muito da educação escolar o que sobrecarrega os compromissos do professor que deve estar atento para várias coisas: educação, alimentação, higiene, saúde, problemas de audição, visão, dicção, psicológico, etc. Este contexto faz com que muitos professores desenvolvam seu trabalho com insatisfação e sintam-se deprimidos por não conseguirem os resultados esperados, uma vez que a escola deve estar de mãos dadas à família para que se realize um bom trabalho e isto nem sempre acontece. Sendo assim a escola passa a se reestruturar e a se reinventar nessa nova realidade, sendo necessária a consciência de que reinventar a escola implica, antes de tudo, em rever o conceito de educação com todos aqueles que estão diretamente ou indiretamente ligados a ela. Porém, segundo Vasconcellos, precisamos dirigir nosso olhar não só para os problemas, mas entender que essa é a realidade. Devemos trabalhar de forma com que se consiga superar estas barreiras, tendo um olhar fraternal e humano para com esses “dependentes” do sistema educacional, porque nós educadores também somos, não só dependentes, mas parte do sistema. Dessa forma é preciso saber enxergar avanços e pontos positivos que iluminem os nossos caminhos e tracem a nova trajetória do ensino no Brasil e no mundo.
Em nossa escola este processo de reflexão nos levou a concluir que temos a preparação básica para o trabalho com educação (nível superior) e estamos comprometidos com a obtenção do melhor desempenho possível do aluno. Como seres humanos, apresentamos falhas, mas temos tentado revê-las e transformá-las em aprendizagem. Assim temos que ser disciplinados para colocar em prática as maneiras de facilitar o aprendizado dos alunos com maiores dificuldades de aprendizagem, já que consideramos estar despreparados para trabalhar com crianças portadoras de necessidades especiais. Ainda guardamos a insegurança de aplicar o novo, mesmo sabendo que é a solução para muitos problemas de aprendizagem, dos alunos e nossa.
Com relação à inclusão, nossa equipe parece estar convencida da necessidade de interação social que as crianças especiais têm e do seu direito de freqüentar a escola regular. No entanto, ainda há muita resistência (às vezes encoberta), por conta de vários fatores como salários, estrutura da escola inadequada e formação. Por conta disto tudo, temos o objetivo de continuar trabalhando em equipe, dentro dos princípios da gestão democrático-participativa, onde todos têm vez e voz, opinando e criticando. Dessa forma poderemos realizar um trabalho com tranqüilidade, em ambiente agradável, oferecendo ensino de qualidade e aproveitando os excelentes materiais pedagógicos que temos, colocando em prática cotidiana tudo o que aprendemos em nossos cursos de formação.
Com relação a nossa metodologia de trabalho, acreditamos ser importante valorizar as múltiplas possibilidades de aprendizagem apresentadas pelo aluno. É preciso valorizar essas potencialidades para que o aluno sinta-se motivado a aprender o que ainda não sabe e superar as suas dificuldades. Mas, para que isso possa, de fato, acontecer, não é possível conceber outro perfil de professor que não seja o mediador: aquele que sabe fazer as intervenções certas, no momento certo e da maneira correta. Além de tudo este “professor-ponte” precisa conhecer profundamente o ser humano com o qual trabalha: a criança; e isto implica em saber várias coisas importantes sobre ela como interesses e capacidades de acordo com idade, melhores maneiras de agradá-las sem mimá-las, sabendo ensinar-lhes limites e responsabilidades. Lembrar sempre que criança é movimento e então as aulas não podem ser estáticas, onde elas ficam paradas o tempo todo. Há que se dosar os tempos em sala de aula e fora dela.
Por isso tentamos desenvolver nosso trabalho com o que prevê o sócio-interacionismo, uma das teorias sobre a relação entre desenvolvimento e aprendizagem, onde: “o conhecimento é construído pela interação do sujeito com o meio social, e a sua apropriação se efetiva por meio da articulação entre os conceitos cotidianos e científicos. A escola tem o papel central de promover a construção do conhecimento, garantindo ao aluno o acesso ao saber sistematizado e à formação de atitudes e habilidades, proporcionando condições para o exercício da cidadania plena e a construção de uma sociedade mais justa” (In: Caderno de Estudo Módulo IV, Progestão p 19, 1999-2000).
Acreditamos que todo aluno aprende e, conseqüentemente, desenvolve-se, se contar com bons professores, porém cada um irá aprender ao seu tempo, se tiver boas intervenções. Se o aluno sentir que avançou, por menor que seja o avanço, se sentirá motivado a aprender novas coisas, e a isto damos o nome de desenvolvimento. Assim podemos concluir que a aprendizagem leva a construção de novos níveis de desenvolvimento.
Desse modo é importante deixar claro que a relação professor-aluno precisa envolver regras que façam a criança ver o professor como um amigo, como alguém que também participa do “jogo” educacional, construindo coletivamente as regras. Professores e alunos precisam encontrar maneiras que proporcionem a convivência num ambiente democrático onde haja respeito entre ambos, assim o objetivo maior da educação- a aprendizagem – poderá ser alcançado com êxito e qualidade. Porém, para que se consiga esta relação dialógica entre professor-aluno, é fundamental que o professor estabeleça uma rotina de trabalho na qual o aluno se habitue e tenha noção de quais atividades estão por vir, para que possa aprender a organizar-se. Além disso, não é mais possível um trabalho pedagógico de sucesso, sem o uso de estratégias diferenciadas como jogos, brincadeiras, dinâmicas, visto que a escola precisa ser atraente para os alunos que, muitas vezes, encontram atividades mais interessantes fora dela. Nesse sentido, a metodologia adotada precisa desenvolver a autonomia no aluno, bem como, a capacidade de auto avaliar-se, de perceber-se enquanto sujeito responsável por seu aprendizado em parceria com seu professor, que mediará a construção de seus conhecimentos. Quanto ao uso de estratégias diferenciadas em matemática, por exemplo, o uso do jogo, por ser uma fonte de prazer e aprendizagem, torna-se como motor de desenvolvimento, acelerando a aprendizagem. Ao brincar a criança se apropria da estrutura lógica do jogo e, conseqüentemente das estruturas matemáticas subjacentes, desencadeando a formação de conceitos e fixação de técnicas operatórias, além da comunicação social em situações de conflitos sócio-cognitivos. E isto se dá não somente em matemática, mas também em todas as disciplinas, quando os jogos ou brincadeiras utilizados foram bem planejados, trabalhados no momento certo e de maneira adequada. Por outro lado o planejamento anual é um instrumento vital para se conseguir os objetivos propostos, tanto em nível de sala de aula, instituição ou rede de ensino.
Podemos constatar que o trabalho do professor em nossa rede de ensino tornou-se mais organizado e com rumos mais definidos quando foi unificado. O planejamento foi construído num processo onde os profissionais foram agrupados por séries, com base nos PCNs, tendo oportunidade de dar sugestões, discutindo propostas de trabalho, objetivos, conteúdos e procedimentos bem definidos e contextualizados, conscientes de poder adapta-lo à sua clientela.
A avaliação é importante para que o educador possa obter dados sobre o processo de aprendizagem de cada criança, reorientar sua prática e elaborar seu planejamento, propondo situações capazes de gerar novos avanços, ela deve se dar de forma sistemática e contínua ao longo de todo o processo de aprendizagem. A observação e o registro das formas de expressão das crianças, de suas capacidades de concentração e envolvimento nas atividades, são instrumentos fundamentais para o acompanhamento do trabalho, para a avaliação e replanejamento das ações educativas. Através da avaliação o educador pode ajudar as crianças a perceberem seu desenvolvimento e promover situações que favoreçam as ações pedagógicas.
A avaliação deve considerar não só os resultados das tarefas realizadas, o produto final, mas principalmente o que ocorreu no caminho, o processo, podendo assim estabelecer interpretações adequadas sobre o desempenho das crianças. A avaliação é um dos pontos mais importantes do processo, uma vez que vai nortear novas ações pedagógicas. No entanto, nossa meta é praticar a avaliação mediadora, no sentido de propiciar ao aluno seu desenvolvimento pleno, atendendo as especificidades de cada um. Como aprendemos com Hoffmam, é necessário realizar várias tarefas individuais e coletivas, usando assim diferentes meios de avaliar e intervir. Além do que, é importante lembrar que o erro faz parte do aprendizado, sendo a reflexão e o conflito que levam ao conhecimento. Após serem diagnosticadas e constatadas as defasagens no aprendizado, faz-se necessário um planejamento de ações eficazes, como agrupamentos produtivos em sala de aula, com atividades desafiadoras e possíveis de serem realizadas e atendimento extraclasse com as estagiárias. Porém, para que este trabalho alcance o objetivo esperado é preciso que se elabore uma boa proposta de ajuda pedagógica, prevendo desde objetivos, metodologia, avaliação, até o planejamento contínuo das atividades que serão trabalhadas, devendo ser em conjunto envolvendo todos que irão atuar direta ou indiretamente com a criança: professora, estagiárias, coordenadora pedagógica, com a supervisão da diretora. Ações como estas são preponderantes no fazer pedagógico da escola de qualidade: “aquela que dá conta de todas as crianças brasileiras em sua realidade concreta” (in Hoffmam, Avaliação: mito ou desafio?). Com relação à expectativa dos pais sobre o que esperam da escola, através de pesquisa realizada por meio de questionário, ficou nítida a confiança que os pais depositam na instituição. Esperam que a escola forme seus filhos desde conceitos básicos como boas atitudes e amor ao próximo, até a educação escolar propriamente dita, e que esta seja de qualidade, onde o professor ensine com paciência e de maneira diversificada, considerando as dificuldades de cada um. Além disso, salientaram a importância de se ter mais atividades culturais e esportivas e o fortalecimento dos laços entre família e escola.

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